Puxadinho de Thaís Santana derrubou árvores do pai
Por William Faria da Costa
Na Igreja Assembléia de Deus da rua Bayron Dore de Almeida acontece mais um dia de oficina do já conhecido Minha Rua Tem História, a contrapartida social do Pro Jovem Trabalhador.O objetivo do projeto em seu primeiro mês é proporcionar a formação cidadã dos 3.500 jovens recrutados nesta primeira fase.
As oficinas querem descobrir histórias sobre moradores e as ruas que tiveram intervenção do PAC. Na oficina orientada por Daiane Brasil, ela lembra da dinâmica realizada na semana passada e a tarefa que os jovens tinham a cumprir: contar uma história sobre uma árvore que fique perto da sua rua ou em seu quintal. Eu me interessei bastante no "causo" contado por uma menina que se chama Thaís Santana, que tem 24 anos.
Amor de mãe
Ela sempre morou com os pais até que por uma fatalidade seu pai veio a falecer de uma doença fatal. O câncer foi um golpe muito duro para a família de Thaís, mas sua mãe, dona Ana, conseguiu superar as dificuldades graças à herança deixada por seu pai: um quintal cheio de árvores frutíferas. Dona Ana olhava para as árvores o tempo todo, lembrando os momentos tristes e os momentos felizes vividos com o marido.
Quando a tempestade já estava dando espaço para a calmaria. veio uma notícia inesperada: Thaís engravidou com apenas 20 anos. Como se não bastasse a notícia surpreendente, a família tinha que resolver um problema: onde Thaís iria morar com seu cônjuge e sua filhinha? A resposta foi dada imediatamente por ela. "Mãe, eu corto algumas árvores do quintal e faço uma casa pra mim aqui mesmo."
Muro e bananeiras
Apesar de gostar das árvores que ficaram como herança, dona Ana sentiu uma vontade muito grande de ajudar sua filha. “Coração de mãe você sabe como é”, lembra Thaís. A mãe dela chamou o Ibama para cortar um pé de jamelão, duas jaqueiras e três mangueiras para construir o puxadinho de Thaís.
Ainda restava um dilema: onde é que construiriam o muro? À primeira vista, teriam que derrubar outras árvores. “Além de preservar a herança de papai, mamãe encontrou espaço para plantar cinco bananeiras”, lembra Thaís. Essas árvores deram muito frutos, que, fazendo jus a sua fama de bondosa, ela distribui para os vizinhos e amigos.
Se você quiser conferir, vá na rua Travessa Leodomiro Gonçalves nº 07, em Vila de Cava.
5 comentários:
Mãe é mãe e não tem pra ninguém.
"A dona Ana adora dá bananas", esse é um dos comentarios feitos á todo tempo nas oficinas,,,,
Parabéns para a galera de Vila de Cava e continuem com essa garra que vem mais surprêsa por aí.
Me mandem e-mail.
mbbrasil10@gmail.com
Marcilene Brasil
Gwalera de todos os bairros participantes nunca se esqueçam do "Minha rua tem história", pois antes de voces participarem Paulo Freire já dizia:
"Minha presença no mundo não a de quem a ele se adapta, mas de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história".
Paulo Freire.
Marcilene Brasil.
Daiane, William, Amarilda.
Beijocas!!!
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